domingo, 10 de outubro de 2010

KURT SCHWITTERS (1887-1948)


KURT SCHWITTERS fez uso dos “objetos encontrados” (qualquer um dos incontáveis objetos que se fabrica e converte em estranhos detritos da nossa sociedade de consumo) para realizar obras de uma nova natureza.

O colagista alemão SCHWITTERS percorria as ruas de Hanover pesquisando as sarjetas em busca de coisas caídas, como passagens de ônibus, botões e tiras de papel, em seguida, colava esses materiais em combinações que ele chamava “Merz” (o que entendia por “natureza”: tudo o que se desenvolve e se forma por sua própria força; sendo assim, segundo ele, o caos ativo e fabril do mundo moderno a outra metade da natureza).


Die Kathedrale: (Die Silbergäule vol, 41/42)


“Merzbilder” e “Merztableaux” era como SCHWITTERS chamava as suas colagens e composições, certamente a mais estranha e ousada criação que foi executada pelo Dadaísmo em que militou. Procurando objetos jogados nas ruas e nos depósitos de lixo fez em sua casa sua famosa “Merzbau”, espécie de coluna na qual trabalhou dez anos e que chegou a atravessar três andares, para ser destruída por uma bomba na II Guerra Mundial.


SCHWITTERS foi convocado para a I Guerra Mundial, mas contam que foi um soldado tão inútil nas trincheiras que o levaram para os escritórios militares.

Antibelicista e antimilitarista, exercendo de antisocial dadaísta antes de estar inscrito em tal movimento, perturbando de tal forma as fichas burocráticas dos desertores do exército que não havia maneira de seguirem a sua pista.

Exilado na Noruega voltou, sem sorte, a executar uma terceira “Merzbau” que a morte do artista deixou inacabada.

HARP e SCHWITTERS utilizavam esses materiais “nonart” em vez de óleo sobre tela “para evitar qualquer semelhança com os quadros...”


SCHWITTERS foi um dos mais decididos propulsores do Neodadaísmo e do que foi denominada a “outra arte”; uma arte nem um pouco parecida com a realizada durante milênios, categorizada até de detrito, de materiais nos quais podem ser compreendidos desde o próprio corpo humano, vivo, até os montes de enormes plásticos.







Anna Blume: Dichtungen (Silbergäule Die, vol. 39/40)

Imagem com a Light Center, 1919. Papel para recortar e colar papel colorido e estampado, aquarela, óleo e lápis sobre tábua, 33 1 / 4 x 25 7 / 8 "(84,5 x 65,7 centímetros).


Drucksache Merz-Werbe, 1925. Tipografia, 4 1 / 2 x 6 16/07 "(11,5 x 16,3 cm).

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