JUAN GRIS, pseudônimo de Juan José Victoriano González, foi um dos mais famosos e versáteis pintores e escultores cubistas espanhoís. O artista representa o expoente máximo do cubismo sintético.
Estudou desenho mecânico em Madrid (1902-1904), período em que também contribuiu com ilustrações para periódicos locais.
No período de 1904-1905 passou a se dedicar à arte da pintura estudando com o pintor e professor acadêmico José Maria Carbonero.
Mudou-se para Paris (1906) onde tomou parte das primeiras manifestações do cubismo, que praticou com austeridade. Fez ilustrações para jornais e acompanhou a evolução do novo movimento artístico sugerido pelo pintor neoimpressionista francês Paul Cézanne (1839-1906).
Em 1911, apresentou suas primeiras obras cubistas, que, pela geometrização das formas patenteada, pela multiplicação dos pontos de vista e pela incorporação de elementos tipográficos, se distanciaram tanto do estilo de Picasso como do de Braque.
GRIS era um homem muito objetivo em cuja arte o fator racionalizante tinha grande peso. Por essa razão, não conseguiu entregar-se totalmente à liberdade inventiva de outros cubistas, mantendo sua arte presa a uma composição formal muitas vezes rígida e fria.
Não obstante, dá uma contribuição importante ao introduzir no cubismo uma visão nova do espaço como espaço-tempo e combinação de espaços interiores com espaços exteriores ao decompor o objeto no plano, buscando exprimir as várias etapas de sua apreensão no tempo.
Pintou seu primeiro quadro no novo estilo, “Homenagem a Picasso” (1912), e passou uma breve temporada em Céret, próximo aos Pireneus, onde pintou paisagens.
“Homenagem a Picasso” (1912)
Nesse quadro de seus primeiros tempos, empregou um tipo arbitrário, mas fixo, de luz e sombra contraditórias para desdobrar e coordenar aspectos do tema.
GRIS evita algumas das falhas desse estilo através de sua dedicação à espécie de articulação rigorosamente controlada de toda a área pictórica do quadro.
Conjugou elementos que aprendeu com Picasso e Braque, como seja a representação de objetos a partir de ângulos diferentes, com a utilização de cores vivas.
Em sua paleta predominam os azuis, os verdes e os violetas. A partir de 1912, Gris interessou-se pela técnica da colagem, que lhe permitiu criar um jogo de ambiguidades entre o que é real e o que é pintado e, desse modo, entre o verdadeiro e o falso.
O ano de 1913 marca a sua conversão ao cubismo sintético, uma abordagem cubista em que o objeto não estava mais facetada em partes menores, mas foi recombinado com outros objetos ou partes de objetos para formar uma nova estética totalidade
“Violino e guitarra” (1913)
Ao contrário de Picasso e Braque, cujas obras cubistas foram monocromáticos, Gris pintados com cores brilhantes e harmoniosas em ousadia, com uso extensivo de papier collé.
“O Violão” (1914)
“Homem no café” (1914)
Em 1914 Gris passou um tempo com Henri Matisse em Collioure. Gris retornou a Paris em 1915, e sofreu desolado da pobreza durante a Primeira Guerra Mundial I. No final de 1916 sua pintura se tornou mais imponente e arquitetônico, e as formas se tornaram maiores e mais planas como múltiplos pontos de vista foram de tal forma abandonados, como no Violino (1916).
“Violino” (1916)
“Arlequim com guitarra” (1919)
A este período criativo pertencem naturezas-mortas como Copos e Jornal (1914), O Pequeno-Almoço (1915), Jarra e Copo (1916), A Garrafa de Vinho (1918) e Garrafa e Fruteira (1919). É evidente sua tendência à simplificação, tanto no número de objetos representados como nos aspectos envolvidos. Em sua evolução, o artista escolheu partir cada vez mais das formas geométricas mais simples para construir os objetos que pintaria, numa procura das estruturas mais elementares, enquanto seu cromatismo manteve uma luminosidade abstrata. O Livro de Música, 1922, e A Guitarra Frente ao Mar, 1925, são dois de seus últimos trabalhos mais destacados.
“Guitarra e Partitura” (1926-27)
Guitare et compotier, Juan Gris,1926-27, Museu Nacional d’Art de Catalunya, Barcelona
“ Le Chanteuse” (1926)
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