quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

OP ART

   “Manifestação artística não distante da arte cinética envolve procedimentos científicos e artísticos (contrastes, ondulações, interferências) capazes de estimular a retina e criar intensa instabilidade visual.”

I – INTRODUÇÃO:

A Op Art (abreviação inglesa para "Arte Óptica") nasceu e se desenvolveu simultaneamente nos Estados Unidos e na Europa, em meados da década de sessenta e designa uma derivação do expressionismo abstrato.

Entre 1950 e 1953, o artista cria as primeiras obras em que elementos dispostos em série no espaço produzem efeitos de movimento virtual e vibração ótica (Estudo para uma série, 1953). Mas é em 1955 que ele se lança mais diretamente em relação às pesquisas cinéticas, fundamentadas nas alterações perceptivas decorrentes, seja da posição do observador diante da obra, seja do uso de elementos suspensos a vibrar diante um fundo.

Em 1965, foi organizada a primeira exposição de Op Art. A mostra foi chamada "The Responsive Eye" (O Olho que Responde), no Museu de Arte Moderna de Nova York, para se referir a um movimento artístico que conhece seu auge entre 1965 e 1968. Os artistas envolvidos com essa vertente realizam pesquisas que privilegiam efeitos óticos, em função de um método ancorado na interação entre ilusão e superfície plana, entre visão e compreensão.

Dialogando diretamente com o mundo da indústria e da mídia (publicidade, moda, design, cinema e televisão), os trabalhos da Op Art enfatizam a percepção a partir do movimento do olho sobre a superfície da tela.

A exposição, no entanto, não teve muito sucesso.

A Op Art esteve, durante um bom tempo, renegada aos meios considerados "alternativos" nos EUA e Europa. O período posterior à exposição não foi dos melhores para a Op Art, que quase caiu no esquecimento. Em parte, esse distanciamento surgiu devido à concorrência com a Pop Art, que tomava conta de praticamente todo o cenário artístico mundial, deixando pouco espaço para as demais expressões artísticas.

Por ser pouco difundida e estar imersa em um grande caldeirão de influências, que vão desde o surrealismo à arte moderna, a Op Art não é considerada um movimento genuíno dentro das artes visuais, sendo reconhecida mais como uma vertente de outras linhas artísticas, como por exemplo, a Kinetik Art (Arte Cinética).

O limite entre a Kinetic Art e a Op Art é bastante tênue, o que gera confusão entre estes estilos.

A diferença básica entre ambos é que na Kinetic Art, os processos ópticos são baseados na percepção do movimento real ou aparente da obra, que pode ser plana, bi ou tridimensional, enquanto que, na Op Art, há apenas movimentos virtuais, utilizando-se objetos planos e formas geométricas. Os padrões mais rígidos fazem com que o apuro nas formas e o estudo detalhado dos fenômenos ópticos sejam os principais enfoques da Op Art.

Entre os principais expoentes da Op Art, estão Victor Varasely, Richard Anusziewicz, Bridget Riley, Ad Reinhardt, Kenneth Noland e Larry Poons.

Victor Varasely



Victor Varasely

 

Bridget Riley The movement in the box. 1961.

 

A técnica "moire", aplicada no trabalho "Current", de Bridget Riley, é um bom exemplo. Nela, há a criação de um espaço móvel, produzindo um efeito denominado "whip blast" (explosão do chicote). Esta técnica, assim como a maioria das técnicas utilizadas na Op Art, explora as possibilidades do fenômeno óptico na criação de volumes e formas virtuais.

 




II – CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL:


O início da segunda metade do século XX encontra os centros urbanos europeus já restaurados dos danos ocorridos devido a Segunda Guerra Mundial e a economia norte- americana, vivendo um momento de prosperidade e confiança, já que haviam se transformado em fiadores econômicos e políticos do mundo ocidental após a vitória dos aliados na guerra. Isso fez surgir, durante esse período, uma juventude abastada e consumista, que vivia com o conforto que a modernidade lhes oferecia.
A ficção científica e todos os temas espaciais passaram a ser associados à modernidade e foram muito usados. Até os carros americanos ganharam um visual inspirado em foguetes.
Melhores condições de habitação, desenvolvimento das comunicações, a busca pelo novo, pelo conforto e consumo são algumas das características dessa época.
A televisão se popularizou e permitia que as pessoas assistissem aos acontecimentos que cercavam os ricos e famosos, que viviam de luxo, prazer e elegância.
A tradição e os valores conservadores estavam de volta. As pessoas casavam cedo e tinham filhos. Nesse contexto, a mulher dos anos 50, além de bela e bem cuidada, devia ser boa dona-de-casa, esposa e mãe. Vários aparelhos eletrodomésticos foram criados para ajudá-la nessa tarefa difícil, como o aspirador de pó e a máquina de lavar roupas.
Em contraposição ao estilo norte-americano de obsolescência planejada, ao criarem produtos pouco duráveis, na Europa ressurgiu, especialmente na Alemanha, o estilo modernista da Bauhaus, com o objetivo de fabricar bens duráveis, com um design voltado á funcionalidade e ao futuro, refletindo a vida moderna. Vários equipamentos, como rádios, televisores e máquinas, foram criados seguindo a fórmula de linhas simples, durabilidade e equilíbrio.
Ao som do rock and roll, a nova música que surgia nos anos 50, a juventude norte-americana buscava sua própria moda. O cinema lançou a moda do garoto rebelde, simbolizada por James Dean, no filme "Juventude Transviada" (1955), que usava blusão de couro e jeans. Marlon Brando também sugeria um visual displicente no filme "Um Bonde Chamado Desejo" (1951), transformando a camiseta branca em um símbolo da juventude.
Já na Inglaterra, alguns londrinos voltaram a usar o estilo eduardiano, mas com um componente mais agressivo, com longos jaquetões de veludo, coloridos e vistosos, além de um topete enrolado. Eram os "teddy-boys".
A alteração das cidades modernas e o sofrimento do homem com a alteração constante em seus ritmos de vida também são uma preocupação constante. A vida rápida das cidades contribuiu para a percepção do movimento como elemento constituinte da cultura visual do artista. Outro fator fundamental para a criação da Op Art foi á evolução da ciência, que está presente em praticamente todos os trabalhos, baseando-se principalmente nos estudos psicológicos sobre a vida moderna e da Física sobre a Óptica.


III – CARACTERÍSTICAS:


"Menos expressão e mais visualização".


A ideia de forma-cor remete diretamente à concepção de unidade plástica de Vasarely. Nessa estrutura irredutível - molécula pictural -, o pintor reencontra o ponto, do pontilhismo de Georges Seurat (1859-1891), e o quadrado de Kazimir Malevich (1878-1935), uma espécie de forma zero. A partir dessa estrutura elementar, o pintor cria uma gramática de possibilidades com o auxílio do preto e branco (com os quais trabalhou em boa parte de sua obra) e da progressiva introdução da cor.
Apesar do rigor com que é construída, simboliza um mundo mutável e instável, que não se mantém nunca o mesmo.
A Op Art foi um movimento que propunha mais visualidade e menos expressão, de maneira a problematizar o abstracionismo sensível. A expressão era o componente mais importante, juntamente com o abstracionismo concreto, que tinha a racionalidade como o ponto chave. A op art faz com que o espectador seja obrigado a parar por alguns instantes frente à obra, a fim de perceber seu movimento.
A razão da Op Art é a representação do movimento através da pintura apenas com a utilização de elementos gráficos. A alteração das cidades modernas e o sofrimento do homem com a alteração constante em seus ritmos de vida também são uma preocupação constante. A vida rápida das cidades contribuiu para a percepção do movimento como elemento constituinte da cultura visual do artista. Outro fator fundamental para a criação da Op Art foi à evolução da ciência, que está presente em praticamente todos os trabalhos, baseando-se principalmente nos estudos psicológicos sobre a vida moderna e da Física sobre a Óptica.
Os trabalhos de Op Art são em geral abstratos, e muitas das peças mais conhecidas usam apenas o preto e o branco. Quando são observados, dão a impressão de movimento, clarões ou vibração, ou por vezes parecem inchar ou deformar-se.
A Op Art é produzida através da combinação de figuras geométricas que utilizam a repetição de formas.
O artista pretende atingir o espectador por meio da combinação de cores frias e quentes (padrões pretos, brancos ou coloridos) para criar efeitos vibrantes, num sentindo de profundidade que dão ao espectador a impressão de que a imagem na tela está em movimento e seus traços se alterando; assim, criam a ideia de ilusão de visão na formação de um novo conjunto. Estes tons vibrantes, repetitivos, contrastantes, a confusão de figura e fundo, círculos, concêntricos e profundidade parecem pulsar da obra.
A arte tenta simbolizar a possibilidade constante de modificações da realidade em que o homem vive, explorando o rompimento do olho pelo uso de percepções ópticas, dando a impressão de um espaço tridimensional.


Willem de Kooning, Adolph Gottlieb, Ad Reinhardt, and Hedda Sterne; middle row: Richard Pousette-Dart, William Baziotes, Jackson Pollock, Clyfford Still, Robert Motherwell, and Bradley Walker Tomlin; front row: Theodoros Stamos, Jimmy Ernst, Barnett Newman, James Brooks, and Mark Rothko.

A concepção da plástica do movimento propiciou a invenção de móbiles por Alexander Calder (1898-1976), que associou os retângulos coloridos das telas de Mondrian à ideia de movimento. Os primeiros trabalhos de Calder eram movidos manualmente pelo observador, mas, após 1932 verificou que se, mantivesse as formas suspensas, elas se movimentariam pela simples ação das correntes de ar.






Ad Reinhardt, pintor americano, nascido em Nova York, artista e teórico, Reinhardt é mais conhecido por suas pinturas em preto, que marcam sua fase artística posterior a 1960. Adepto do minimalismo, Reinhardt utilizava apenas o preto e suas variações em suas obras, rejeitando os atributos convencionais da pintura.

Keneth Noland, pintor americano, da Carolina do Norte. Noland utilizou-se em suas obras de listras e cores básicas. Ele enfatiza o plano da tela utilizando cores uniformes. Em seu trabalho, a cor é o objetivo. Seus trabalhos mais recentes abandonaram as cores básicas, usando agora cores modificadas em vários tons.
Bridget Riley, pintora inglesa, associada também ao movimento Pop Art. O estilo de Riley é marcado por listras que se sobrepõe, curvas onduladas, discos concêntricos e quadrados ou triângulos que se repetem.








 

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