terça-feira, 12 de julho de 2011

MUSEUS EM OURO PRETO-MG

MUSEU DA INCONFIDÊNCIA


O Museu da Inconfidência é um espaço histórico, artístico, cultural permanente, localizado no edifício da antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica e mais quatro prédios auxiliares, na Praça Tiradentes, em frente ao monumento a Joaquim José da Silva Xavier, na cidade de Ouro Preto-MG.

Trata-se de uma robusta construção do século XVIII, onde predomina a tendência clássica, que pode ser percebida no pórtico de entrada, que se sobrepõe a elementos do barroco e rococó e ostenta geometrização e simetria em sua fachada.


O museu é dedicado à preservação da memória da Inconfidência Mineira (1789), e também oferece um rico painel da sociedade e cultura mineiras no período do ciclo do ouro e dos diamantes no século XVIII, incluindo obras de Manuel da Costa Ataíde e Aleijadinho.

Em meados da década de 30, o presidente Getúlio Vargas determinou que os restos mortais dos Inconfidentes degredados para a África fossem trazidos de volta ao Brasil. Cumprida a missão, os ossos que puderam ser exumados chegaram em 1937.
Numa época em que o resgate da memória brasileira se tornava prioridade tanto para governo quanto para intelectuais, o local para depósito daquelas relíquias só podia ser Ouro Preto.


 
Em 1938, ao ser esvaziado o prédio da antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica, que ultimamente funcionava como Penitenciária Estadual destinou-se um dos seus salões para abrigar o Panteão dos Inconfidentes. Em seguida, como complemento, cria-se por decreto lei do governo federal o Museu da Inconfidência.

O projeto de sua criação do museu envolveu, além do presidente, o então ministro da Educação, Gustavo Capanema.
Terminada a reforma na Casa da Câmara, que incluiu a supressão de acréscimos espúrios e a recuperação do aspecto original do edifício já bastante desfigurado, o Panteão foi inaugurado com o traslado dos restos mortais do grupo em 21 de abril de 1942, na comemoração do 150º aniversário da decretação da sentença condenatória dos inconfidentes
Também foi instalado numa sala contígua o túmulo de Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, a célebre Marília, musa de Tomás Antônio Gonzaga, e um monumento funerário erigido em memória de Bárbara Heliodora da Silveira, esposa e incentivadora de Alvarenga Peixoto.
Entretanto o museu propriamente dito só foi inaugurado em 11 de agosto de 1944, no bicentenário de Tomás Antônio Gonzaga, e sua organização foi saudada na época como avançada para o tipo de museologia praticada no Brasil de então.
Integrando o Grupo de Museus e Casas Históricas de Minas Gerais, na metade da década de 1970, o Museu da Inconfidência passa à condição de Museu Nacional, em 1990.
Em 2003, realizou-se a primeira grande reforma e restauração do edifício, reaberto em agosto de 2006.
O projeto de autoria do arquiteto francês Pierre Catel, responsável, entre outros, pela organização da Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro, e do Museu do Oratório, também em Ouro Preto, procurou valorizar seu aspecto arquitetônico e seu acervo, permitindo a exposição de peças guardadas na reserva técnica.
As primeiras peças foram coletadas em várias cidades e vilas da região, especialmente de Mariana.




Getúlio Vargas ordenou a doação ao Museu do “7º volume dos Autos da Devassa” e das traves da forca de Tiradentes que estavam no Rio, e foi adquirida a grande coleção de arte colonial de Vicente Raccioppi. Com o passar dos anos o acervo foi sendo ampliado com aquisições variadas, incluindo a transferência de grande coleção documental em depósito em outras instituições nacionais e regionais e a grande biblioteca de Tarquínio de Oliveira, com mais de 12 mil volumes e que incluía muitas obras raras.

Depois do período inicial, quando a instituição gozou de grande prestígio e publicava um Anuário reputado pela qualidade de seus artigos, a queda de Getúlio transformou o panorama político nacional, e por causa de sua associação com antigo regime, o Museu entrou em uma fase de decadência: o quadro de funcionários foi reduzido a um mínimo; o prédio histórico começou a decair sem receber manutenção; o acervo sofreu; o Anuário foi suspenso e todo o segundo andar teve de ser fechado à visitação.
A situação só mudaria com a chegada de Delso Renault, enviado pelo IPHAN, realizando a recuperação do prédio, o restauro de numerosas peças de mobiliário, a reabertura do segundo piso e instituiu a cobrança de ingressos como forma de obtenção de alguma renda.
A administração seguinte conseguiu manter o ritmo ascendente, e hoje o Museu da Inconfidência voltou a figurar com destaque no rol dos museus nacionais, tendo inclusive incorporado mais quatro prédios como anexos e modernizado todos os seus equipamentos e sistema museográfico.
O Museu possui três anexos;
1. No primeiro, estão o Auditório-sala de projeção, a Sala Manoel da Costa Athaide, de exposições temporárias e a Reserva Técnica;
2. No segundo, funcionam a Diretoria, a Secretaria, os setores de Museologia, Difusão do Acervo e Promoção Cultural, Segurança e o Laboratório de Conservação e Restauração, este com ateliês de pintura, escultura, madeira e papel;
3. No terceiro, encontram-se o Arquivo Colonial, com cerca de 40 mil documentos, a Biblioteca, com 19 mil volumes e os setores: Pedagógico, de Pesquisa e Musicologia. O setor Administrativo ocupa todo o terceiro andar.

MUSEU DE CIÊNCIA E TÉCNICA DA ESCOLA DE MINAS/UFOP:


O Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas foi criado em 1877, como Museu de Mineralogia, pelo francês Claude Henri Gorceix, fundador da Escola de Minas, uma das mais antigas escolas de engenharia do Brasil.

Em 1995, foi ampliado e passou a se chamar Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas.
O Museu registra parte importante do desenvolvimento científico nacional apresentando as coleções em seus setores de Mineralogia, História Natural, Mineração, Metalurgia, Astronomia, Topografia, Desenho e Biblioteca de Obras Raras.
Enriquecido, ano após ano, por doações de ex-alunos, professores, colecionadores, alunos e amigos da Escola de Minas, o Museu cresceu consideravelmente e sua coleção é considerada hoje como uma das maiores do mundo.
O Museu de Mineralogia tem como principais objetivos:
• Coletar, preservar e expor minerais ou peças que estejam diretamente relacionadas com a Mineralogia;
• Contribuir para o aprimoramento do ensino da Mineralogia na Universidade;
• Atender a um público diverso: alunos da Universidade, técnicos, cientistas, pesquisadores e visitantes em geral;
• Divulgar e tornar conhecida a coleção de minerais da Escola de Minas e as riquezas naturais do Brasil e do exterior.
• A coleção de mineralogia teve a sua origem no pequeno número de amostras trazidas pelo fundador da Escola de Minas, o cientista francês Claude Henri Gorceix, em 1875, procedentes do Laboratório de Mineralogia e Geologia, fundado por ele no Rio de Janeiro.
Podem ser vistas no Museu amostras mineralógicas do diamante aos minerais de urânio, amostras curiosas como o quartzito flexível (pedra mole), quartzo com inclusões aquosas, estalactites, belas coleções de topázio imperial, de quartzo, de ágatas, opalas e tantos outros minerais raros.
O visitante do Museu poderá também ver a Capela do Palácio dos Governadores e o Panteão onde se encontram depositados os ossos do fundador da Escola de Minas, Claude Henri Gorceix, transladados da França na década de 70, bem como seus instrumentos de trabalho e pesquisa.



O Museu, atualmente, possui nove setores de exposição: História Natural, Metalurgia, Siderurgia, Desenho, Topografia, Astronomia e Eletrotécnica.

São mais de 30.000 peças vindas de todas as partes do mundo.


MUSEU ALEIJADINHO:


O Museu do Aleijadinho, instalado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, em Ouro Preto-MG, foi criado em 1968, para reunir em um só espaço, peças de arte sacra e documentos gráficos com a finalidade de conservar, preservar e difundir o precioso acervo da Paróquia.

A denominação do Museu é uma homenagem ao legado artístico do gênio da arte barroca brasileira, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, filho de Manuel Francisco Lisboa, construtor da Igreja Matriz, onde se abriga este Museu.


A nova fase do museu é marcada ainda por uma coleção de totens de madeira que retratam as etapas de elaboração da talha barroca dourada, uma doação da Fundação Calouste Gulbenkian, de Portugal.


A maior parte do acervo encontra-se em exposição permanente em quatro ambientes: Sala da Sacristia, Sala da Cripta, Igreja de São Francisco de Assis e Igreja Nossa Senhora das Mercês. O Museu ainda conta com um novo espaço de exposição permanente no consistório, um mini-auditório e uma sala para projeções de áudio e vídeo nas tribunas do santuário.

O trabalho de museografia é do arquiteto Haron Cohen. A curadoria do Museu é do historiador português José de Monterroso Teixeira, um especialista em cultura barroca. Os espaços foram organizados por temas: “Festa Religiosa” (sala do Consistório, exposição de paramentos litúrgicos, sacras de altar, relicários); “O ouro”, “Encenação da morte” (sala da Cripta, onde estão expostos objetos fúnebres tais como os Leões de Eça e crucifixos) e “Arte da Talha”.


MUSEU GUIGNARD: 
 

Alberto da Veiga Guignard é considerado um dos maiores pintores e desenhistas brasileiros do século XX. Encantado pela paisagem das cidades históricas de Minas, especialmente Ouro Preto, mitificou o tema numa obra que impôs ao respeito e admiração do Brasil.


Ele amava a cidade, suas igrejas, torres e colinas, o casario esparramado pelas ladeiras, balões juninos em revoada no céu.
 

O Museu Casa Guignard inaugurado em 1987, realiza o sonho do artista que nunca chegou a ter em Ouro Preto, uma casa só para ele. O Museu integra o Sistema Operacional da Secretaria de Estado e Cultura de Minas Gerais, através da Superintendência de Museus, instalado em edificação histórica, na Rua Conde de Bobadela, a conhecida Rua Direita, no centro de Ouro Preto. Antes de pertencer ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, IEPHA-MG, o imóvel foi propriedade da família Costa Sena.

No pátio posterior, a peanha ornamental do nicho de antigo chafariz, em pedra-sabão, é atribuída ao Aleijadinho.
O acervo da Casa Guignard reúne obras do autor, além de objetos por ele pintados e peças que ilustram sua vida. Há, também, trabalhos de Carlos Scliar e Amílcar de Castro, dedicados a Guignard.
Exposições temporárias, projetos de pesquisa do acervo e um programa de ação educativa dinamizam o espaço cultural.
Por meio de pintura, desenhos e objetos, o Museu Guignard oferece visão ampla sobre a trajetória do mestre. O catre do século XVIII e o violão lembram que, diante dele, tudo era suporte para a pintura. A série de “Cartões de Guignard para Amalita” (dedicados a sua amada, Amalita Fontenelle, e suas irmãs, naturais de Campinas, SP) revela a sensibilidade radical de Guignard.


Os cartões, datados de 1932 a 1937, são declarações de amor e amizade feitas através das mais variadas técnicas artísticas. Do desenho à aquarela, passando pelos recortes e colagens, entre paisagens, flores, símbolos gráficos e fitas, as peças trazem à tona o universo mais íntimo de Guignard e já inspiraram até desenho de moda. Reunidos em forma de álbum pelo próprio artista, não se sabe se algum dia chegaram às mãos de Amalita, mas a Superintendência de Museus, com a publicação de edição fac-símile do álbum, assume um compromisso de permitir que a correspondência chegue, pelo menos, aos olhares encantados do público.

MUSEU DAS REDUÇÕES:

“Quem não tiver a oportunidade de viajar pelo Brasil a fora para conhecer as preciosidades da nossa arquitetura, poderá desfrutar da convivência do pequeno mundo de réplicas que o deixarão como que diante do fato real, e aqueles já familiarizados como os modelos não perderão jamais a visita que fizeram: a seu alcance estará sempre aquela rara emoção que produz uma criação artística genuína”.



Rui Mourão

 

Criado em 1986, o Museu das Reduções abriga a obra prima dos irmãos Vilhena, Décio, Ênnio, Evangelina e Sylvia, que após se aposentarem, começaram a perseguir o sonho de reproduzir, em escala reduzida, 1,00 X 25,00, grandes monumentos arquitetônicos brasileiros. Para tanto, a partir de 1978 empreenderam viagens pelo país fotografando, estudando os materiais e fazendo medições das edificações escolhidas.

Com grande originalidade, criaram técnicas e ferramentas especiais, que possibilitaram a reprodução minuciosa desses monumentos, utilizando os mesmos materiais empregados nas construções originais. O resultado de mais de 25 anos de dedicação é exuberante acervo com 27 réplicas perfeitas, que contemplam a arquitetura de 15 estados brasileiros e 5 séculos de nossa história, com inacreditável fidelidade e riqueza de detalhes.




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