segunda-feira, 11 de julho de 2011

ARQUITETURA DO BRASIL COLONIAL - BARROCO MINEIRO

CASA DA ÓPERA:

CAPACIDADE: 350 lugares

BOCA DE CENA: 6m X 7m
PROFUNDIDADE DO PALCO: 9m
ALTURA DO URDIMENTO: 9m
CAMAROTES LATERAIS DIVIDIDOS EM 2 NÍVEIS




Construída pelo português João de Souza Lisboa, com apoio do conde de Valadares, governador da Capitania, e de seu secretário, o poeta Cláudio Manoel da Costa.

Situada próxima à Igreja do Carmo, em terreno íngreme, foi inaugurada no dia 6 de junho de 1770, na comemoração do aniversário do Rei Dom José I.
É o mais antigo teatro em funcionamento nas Américas.
Depois da morte de seu proprietário, em 1778, a “Casa da Ópera” passou por períodos difíceis. Na segunda década do século XIX, graças aos repasses de verbas do Poder Público, o teatro voltou a brilhar no cenário artístico-cultural da cidade.
Toda semana, pelo menos uma peça era encenada e, em sua plateia, há registros da passagem de visitantes ilustres como Saint-Hilaire, Luccock, Freyress, John Mawe, Johann Pohl, Spix e Martius.
Segundo relatos do início do século XVII, as mulheres atrizes, eram proibidas de atuar. Os papeis femininos eram representados pelos homens. Mas o Teatro Municipal de Vila Rica tem também a tradição de ter sido o primeiro teatro das Américas onde as mulheres, pela primeira vez, pisaram em um palco. Entre as peças apresentadas à época da inauguração da Casa da Ópera, figuravam "Alexandre da Índia", "A Ciganinhia", "Triunfos de São Francisco" e "Mundo da Lua". "São Bernardo", peça de Cláudio Manoel da Costa, foi encenada no teatro no século XVIII. Ainda segundo as pesquisas, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto lá recitaram os seus poemas. Também o político e embaixador Rui Barbosa discursou no palco do Teatro Municipal de Ouro Preto.
Em 18 de maio de 1854, a Lei n°. 668 previu a construção de um novo teatro em Ouro Preto. No entanto, como a obra exigia grandes despesas, a ideia nunca se concretizou.
O governo provincial decidiu subsidiar a Sociedade Dramática local, que havia tomado para si a tarefa de reformar a “Casa da Ópera”. A obra, concluída no ano de 1862, mudou bastante a estrutura física do teatro, mas manteve sua fachada praticamente inalterada, com frontão triangular simples.
O escritor Affonso Ávila, conta em seu livro “O Teatro em Minas Gerais: Séculos XVIII e XIX” que:

“...quem visita hoje o Teatro Municipal de Ouro Preto, antiga Casa da Ópera, parece ainda tomá-lo de uma atmosfera de envolvimento, de impacto dramático, lembrando nisso o clima barroco, que era o ambiente propício de seus primeiros frequentadores e seus primeiros espetáculos”.


Em 1977, passou por grande reforma, foram descobertas pinturas antigas, de autoria desconhecida, provavelmente, realizadas entre 1854 e 1862, representando a Comédia e o Drama.

Em 2006, a Prefeitura de Ouro Preto, em parceria com o IPHAN e o Programa Monumenta, do Ministério da Cultura, inicia a restauração completa no edifício, que passa a contar com um anexo para servir como “foyer”, com bilheteria, bar tipo café, um sanitário para atender ao público e apoio às produções artísticas. O anexo foi adaptado em um pequeno imóvel lateral, desapropriado pela Prefeitura. Tudo custou R$97.000,00.
O teatro que possui uma das melhores acústicas entre as casas do gênero reabriu suas portas ao público, no dia 7 de julho de 2007.


CÂMARA MUNICIPAL DE MARIANA-MG.

 
 
Prédio da Câmara Municipal de Mariana-MG.


Segundo o historiador Salomão de Vasconcelos, as primeiras vereações da Vila de Nossa Senhora do Carmo, criada em 1711, realizaram-se na casa de um dos vereadores, situada na antiga Rua Direita do “arraial velho”, próximo à capelinha bandeirante que foi instituída como matriz (e que mais tarde pertenceria sucessivamente à irmandade do Rosário e à de Santo Antônio).


Por volta de 1722, o “Senado da Câmara” passou a funcionar numa casa assombrada na ladeira de São Gonçalo, na esquina da rua chamada “do Pissarão”, onde havia também uma prisão de mulheres, num “puxado” construído pelas autoridades municipais. Posteriormente, teria havido outra cadeia no mesmo bairro (então chamado de Rosário), que se incendiou, tendo sido transferida para o largo da Sé, “dando para a praia”, defronte a uma capelinha construída “para os presos ouvirem as missas”.

Foi somente em 1748 que o governador Gomes Freire, juntamente com o Ouvidor Geral e os oficiais da Câmara, decidiram que o terreno mais adequado para a construção, em função de suas dimensões e da segurança que oferecia, era aquele ocupado pelos antigos quartéis dos Dragões, que seriam demolidos.
O risco da Casa de Câmara e Cadeia de Mariana, durante muito tempo atribuído a José Pereira Arouca, foi na verdade obra de seu mestre, José Pereira dos Santos, e data de 1762. Como todo o processo (risco, condições, lanço, ramo) ficava registrado em um termo ou auto de arrematação, depreende-se que haja um equívoco, dado que José Pereira Arouca foi o arrematante de toda a obra, em 1782, vinte anos após a execução do projeto.
Segundo Rodrigo Mello Franco de Andrade, o atraso é justificado pela atuação contrária de Gomes Freire de Andrade que, como governador, procurou impedir sua realização, já que Vila Rica não dispunha de uma edificação equivalente. Embora tivesse o ofício de pedreiro e carpinteiro, Arouca foi, na realidade, um dos melhores e mais poderosos empreiteiros do setecentos nas principais vilas do ouro, e em Mariana administrou e executou diversas outras obras, não só de igrejas e de outros edifícios como também de pontes, chafarizes, paredões, estradas e calçadas.
Arouca faleceu em 1795, e sabe-se que em 1802 a obra ainda não estava totalmente concluída, faltando alguns acabamentos. Entretanto, em 1798 a Câmara já havia se instalado no edifício.
Em frente ao prédio da Câmara estão as Igrejas de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora do Carmo, bem como o Pelourinho, situados à Praça Minas Gerais. As igrejas, duas preciosidades barrocas aliadas ao Pelourinho, ajudam a compor a paisagem colonial do Centro Histórico.



Plenário da Câmara Municipal de Mariana-MG.


Hall de entrada da Câmara Municipal de Mariana-MG.


A construção suntuosa é toda em alvenaria, com guarnição em pedra lavrada (lapidada). Da base às cimalhas (saliência da parte mais alta da parede, onde assentam os beirais do telhado) a pedra sabão predomina.
Encimando o portal, há um florão com o brasão do Império. O assoalho da parte superior ainda é, em grande parte, original.
No andar de baixo, onde funcionavam três cárceres, o conjunto arquitetônico permeia entre as grossas grades de ferro nas janelas e instalações e pisos em pedra sabão.


Uma das três celas da antiga Cadeia, hoje salão que abriga exposições culturais. 


Vista da janela de uma das celas da antiga cadeia


Detalhe da grade da antiga cadeira


ANEXOS:

Nos fundos do prédio, o construtor José Pereira Arouca reedificou, em 1793, a Capelinha da Irmandade do Senhor dos Passos (mais conhecida pelos marianenses como Capela de São Jorge), que existia defronte a cadeia velha, próxima ao largo da Sé, e que fora demolida juntamente com a mesma, entre 1782 e 1792. Na mesma época foi construído o antigo armazém, atual arquivo da Câmara de Mariana e primeiro armazém de Minas Gerais.

Armazém e a Capela de São Jorge


Vista externa da Capela de São Jorge.


Altar de São Jorge.



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