PROJETO CULTURAL UAKTI
O Projeto Cultural Uakti nasceu em 1989. Idealizado pela Associação dos Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (ASPI) e Associação dos Servidores do INPA (ASSINPA) e partindo do pressuposto de que a arte é o subconjunto da cultura e responsável pela reorganização de elementos do sensível dialogando com a tradição, seu foco inicial foi disseminar a causa da democratização cultural no ambiente universitário, gerar troca de conteúdos artísticos entre o meio acadêmico e os jovens universitários, defender o papel libertador da arte e integrar o mundo das artes e da cultura com o mundo da ciência.
O Projeto Cultural Uakti surgiu após as décadas de 60 e 70, quando o país vivenciou grandes transformações econômicas e sociais, passando de uma ingenuidade coletiva dos anos 50 às dificuldades políticas da ditadura militar e inicio da década de 80 com a população mais esclarecida sonhando com reabertura política e volta à democracia. Se por um lado era possível antever melhorias políticas, a economia não apresentava indicadores animadores; o país conviveria com índices econômicos apenas razoáveis e inflação crescente; a Amazônia passava a frequentar a página de crimes dos grandes jornais e TVs internacionais; Chico Mendes assassinado e, sobretudo, em 1989 o Brasil iria fazer sua primeira eleição direta depois de 20 anos e todos queriam participar da reconstrução da democracia.
Nas artes, em particular no cinema tivemos a consagração de Fernanda Torres no Festival de Cannes, recebendo o prêmio de melhor atriz de 1986 pelo filme "Eu sei que vou te amar". Evidentemente os movimentos musicais brasileiros foram influenciados pelas dificuldades da economia e da educação que iniciou um processo de forte declínio com a criação desenfreada de escolas e cursos de baixa qualidade.
Compositores e cantores já consagrados em outras décadas da MPB continuaram a brilhar nos anos 80: Chico Buarque, Caetano Veloso, Tom Jobim, Djavan, Gonzaguinha, Toquinho, Milton Nascimento, Tim Maia, Roberto Carlos, Gal Costa, Beth Carvalho, Alcione, Paulinho da Viola, Ivan Lins, Simone, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Edu Lobo, Martinho da Vila, Jorge Ben, Fafá de Belém, Rita Lee, Baden Powell e muitos outros.
Com a grande explosão da mídia nos anos 80, principalmente TV e rádio, quando praticamente todas as residências possuíam pelo menos um receptor de rádio e de TV, a divulgação das novas músicas tornou-se muito mais rápida e eficaz, tendo como consequência grande disseminação de músicas de má qualidade e objetivos comerciais sobrepujavam os artísticos. Lamentavelmente foram rareando as músicas de boa qualidade.
Nesse quadro sócio econômico, o Projeto Cultural Uakti foi lançado como um importante locus de diversidade cultural em Manaus. Especialistas em eventos artísticos discutiram caminhos para ampliar o acesso à cultura amazônica com a proposta de garantir que os meios de produção, estivessem nas mãos de quem produz cultura e na tentativa de minimizar a distância entre o artista e o espectador. Para tanto, criou-se uma agenda de shows, iluminação, cenários, registros, exposições, notícias na imprensa, artistas e produtores remunerados, priorizando a população a apreciar espetáculos, além de participar de oficinas e cursos de formação artística.
O Projeto Cultural Uakti não se limita na construção de um crescimento reflexivo e sensível por meio da cultura. O Projeto integra o exercício de cidadania, exemplo disso, é sua parceria com o Projeto Cultura pela Viva, projeto beneficente, de caráter solidário, que através de manifestação de expressões artísticas voluntárias, buscam fundos em prol de causas sociais.
Então, gerou-se uma sinergia grande entre os artistas amazônicos. O Amazonas é berço de grandes expressões culturais (música, pintura, literatura, dança, performances, circenses e de teatro de revista; capoeira e maculelê; exposições fotográficas, charges, desenhos científicos e artísticos; colagens; artesanato de biojóias) que se destacam entre os maiores expoentes do cenário artístico nacional na atualidade e o Projeto Cultural Uakti transformou-se em um centro de referência de incentivo e acesso a esses bens culturais.
Passados vinte e um anos, o Projeto Cultural Uakti, renasce da necessidade de dar visibilidade a autêntica cultura amazonense, não se restringindo aos seus limites geográficos, ainda que de lá extraia a matéria prima de sua arte.
As atuais políticas públicas, estatais e as privadas através de editais buscam incentivar e promover projetos artísticos e científicos brasileiro, garantindo direitos culturais e exercitando a democracia cultural, o que envolve distribuição de bens, oportunidades e participação na criação, patrocinando e oferecendo “bolsas” que contribuem para a reconstrução da cultura nacional.
Dessa forma, o Projeto Cultural Uakti torna-se verdadeira referência de articulação, apoio e divulgação de vontades criadoras, com o objetivo de reconhecer e reverenciar aquilo que, como o próprio nome do projeto revela: a Cultura Amazonense.
O Projeto Cultural Uakti é a materialização de um sonho. Seu objetivo é conceder voz, participação e espaço às pessoas que expressam a cultura amazonense com seus costumes e particularidades para todo o país.
Acervo do Projeto Cultural Uakti
O acervo de fotos, fonogramas, hemeroteca, folders, cartazes e filmes do Projeto Uakti foram digitalizados pela ASPI através do Projeto Memória da Ciência e da Cultura na Amazônia (ASPI/INPA) e estão disponíveis para consulta e pesquisa. A intenção do Projeto é publicar um livro sobre os mesmos reunindo fotos e depoimentos.
O Projeto Cultural Uakti nasceu em 1989. Idealizado pela Associação dos Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (ASPI) e Associação dos Servidores do INPA (ASSINPA) e partindo do pressuposto de que a arte é o subconjunto da cultura e responsável pela reorganização de elementos do sensível dialogando com a tradição, seu foco inicial foi disseminar a causa da democratização cultural no ambiente universitário, gerar troca de conteúdos artísticos entre o meio acadêmico e os jovens universitários, defender o papel libertador da arte e integrar o mundo das artes e da cultura com o mundo da ciência.
O Projeto Cultural Uakti surgiu após as décadas de 60 e 70, quando o país vivenciou grandes transformações econômicas e sociais, passando de uma ingenuidade coletiva dos anos 50 às dificuldades políticas da ditadura militar e inicio da década de 80 com a população mais esclarecida sonhando com reabertura política e volta à democracia. Se por um lado era possível antever melhorias políticas, a economia não apresentava indicadores animadores; o país conviveria com índices econômicos apenas razoáveis e inflação crescente; a Amazônia passava a frequentar a página de crimes dos grandes jornais e TVs internacionais; Chico Mendes assassinado e, sobretudo, em 1989 o Brasil iria fazer sua primeira eleição direta depois de 20 anos e todos queriam participar da reconstrução da democracia.
Nas artes, em particular no cinema tivemos a consagração de Fernanda Torres no Festival de Cannes, recebendo o prêmio de melhor atriz de 1986 pelo filme "Eu sei que vou te amar". Evidentemente os movimentos musicais brasileiros foram influenciados pelas dificuldades da economia e da educação que iniciou um processo de forte declínio com a criação desenfreada de escolas e cursos de baixa qualidade.
Compositores e cantores já consagrados em outras décadas da MPB continuaram a brilhar nos anos 80: Chico Buarque, Caetano Veloso, Tom Jobim, Djavan, Gonzaguinha, Toquinho, Milton Nascimento, Tim Maia, Roberto Carlos, Gal Costa, Beth Carvalho, Alcione, Paulinho da Viola, Ivan Lins, Simone, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Edu Lobo, Martinho da Vila, Jorge Ben, Fafá de Belém, Rita Lee, Baden Powell e muitos outros.
Com a grande explosão da mídia nos anos 80, principalmente TV e rádio, quando praticamente todas as residências possuíam pelo menos um receptor de rádio e de TV, a divulgação das novas músicas tornou-se muito mais rápida e eficaz, tendo como consequência grande disseminação de músicas de má qualidade e objetivos comerciais sobrepujavam os artísticos. Lamentavelmente foram rareando as músicas de boa qualidade.
Nesse quadro sócio econômico, o Projeto Cultural Uakti foi lançado como um importante locus de diversidade cultural em Manaus. Especialistas em eventos artísticos discutiram caminhos para ampliar o acesso à cultura amazônica com a proposta de garantir que os meios de produção, estivessem nas mãos de quem produz cultura e na tentativa de minimizar a distância entre o artista e o espectador. Para tanto, criou-se uma agenda de shows, iluminação, cenários, registros, exposições, notícias na imprensa, artistas e produtores remunerados, priorizando a população a apreciar espetáculos, além de participar de oficinas e cursos de formação artística.
O Projeto Cultural Uakti não se limita na construção de um crescimento reflexivo e sensível por meio da cultura. O Projeto integra o exercício de cidadania, exemplo disso, é sua parceria com o Projeto Cultura pela Viva, projeto beneficente, de caráter solidário, que através de manifestação de expressões artísticas voluntárias, buscam fundos em prol de causas sociais.
Então, gerou-se uma sinergia grande entre os artistas amazônicos. O Amazonas é berço de grandes expressões culturais (música, pintura, literatura, dança, performances, circenses e de teatro de revista; capoeira e maculelê; exposições fotográficas, charges, desenhos científicos e artísticos; colagens; artesanato de biojóias) que se destacam entre os maiores expoentes do cenário artístico nacional na atualidade e o Projeto Cultural Uakti transformou-se em um centro de referência de incentivo e acesso a esses bens culturais.
Passados vinte e um anos, o Projeto Cultural Uakti, renasce da necessidade de dar visibilidade a autêntica cultura amazonense, não se restringindo aos seus limites geográficos, ainda que de lá extraia a matéria prima de sua arte.
As atuais políticas públicas, estatais e as privadas através de editais buscam incentivar e promover projetos artísticos e científicos brasileiro, garantindo direitos culturais e exercitando a democracia cultural, o que envolve distribuição de bens, oportunidades e participação na criação, patrocinando e oferecendo “bolsas” que contribuem para a reconstrução da cultura nacional.
Dessa forma, o Projeto Cultural Uakti torna-se verdadeira referência de articulação, apoio e divulgação de vontades criadoras, com o objetivo de reconhecer e reverenciar aquilo que, como o próprio nome do projeto revela: a Cultura Amazonense.
O Projeto Cultural Uakti é a materialização de um sonho. Seu objetivo é conceder voz, participação e espaço às pessoas que expressam a cultura amazonense com seus costumes e particularidades para todo o país.
Acervo do Projeto Cultural Uakti
O acervo de fotos, fonogramas, hemeroteca, folders, cartazes e filmes do Projeto Uakti foram digitalizados pela ASPI através do Projeto Memória da Ciência e da Cultura na Amazônia (ASPI/INPA) e estão disponíveis para consulta e pesquisa. A intenção do Projeto é publicar um livro sobre os mesmos reunindo fotos e depoimentos.
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