“Para Parmigianino a alquimia representava um sistema de pensamento, um método, um estilo pictórico que buscava, na arte, uma forma de imortalidade.”
(Parma, Itália, 1503 – Casalmaggiore, Itália, 1540)
"Autoretrato ante o espelho"
Girolamo Francesco Maria Mazzola, conhecido por Parmigianino ou Parmigiano é um extraordinário pintor e gravador italiano do século XVI, considerado o pai da água-forte italiana.
Filho de Filippo Mazzola e Maria ser de di Guglielmo, após o falecimento de seu pai, foi criado pelos tios Pier Ilario Filippo e Michele Mazzola, modestos pintores provincianos. Estes receberam uma encomenda de Nicolo Zangrandini para a decoração da capela de São João Evangelista de Parma, em 1515, trabalho que foi concluído pelo jovem Parmigianino, onde é notória a influência de Rafael.
Em 1521 foi enviado a Viadana junto com o pintor Girolamo Bedoli, fugindo das guerras entre as tropas francesas, imperiais e papais.
Em Viadana pintou dois painéis em têmpera, com destaque para o “São Francisco” da igreja de Frati de' Zoccoli, e o “Casamento Místico de Santa Catarina” para a de São Pedro, além de realizar grande ciclos de afrescos em Parma.
A partir de 1527, afirmou o seu estilo pessoal com obras como a “Madonna de S. Petronio de Gambá”, a “Sagrada Família” (Louvre), “Santa Catarina” (Museu do Capitólio), “Virgem” (Palácio de Pitti) e “Madonna dal Collo Lungo”, uma das obras-primas do Maneirismo.
Depois do saque de Roma em 1527, instalou-se em Bolonha e posteriormente em Parma, onde passou os últimos anos de sua vida atormentado pelos constantes requerimentos do capítulo da Igreja de Steccata, que exigia-lhe a conclusão dos afrescos que lhe haviam sido encomendados em 1531. Encarcerado por conta das dívidas, conseguiu fugir para Casalmaggiore. Ali, enquanto tratava de resolver seus problemas com uso da alquimia, morreu com apenas 37 anos.
Sua obra e personalidade se afirmam em contato com o primeiro maneirismo toscano, e através das obras dos grandes mestres Rafael e Michelangelo, conseguindo traduzir de forma original os modelos do Renascimento com uma orientação já plenamente maneiristas. Para ele, a função da arte era transmitir sensações estranhas e excitantes, para o que teria de criar um necessário artificialismo. Assimilaria de Correggio o classicismo, convertendo-o em maneirismo, mantendo o ilusionismo do primeiro, mas traduzindo-o em modelos mais decorativos e com maior vitalidade das formas.
No "Casamento de Santa Catarina”, de 1521, há uma rebuscada elegância nas formas e uma composição onde todas as figuras giram ao redor do pedestal da Virgem, um corpo geométrico que vai repetir-se deliberadamente em toda a composição, inclusive o marco arquitetônico aparece em formato semi-cilíndrico.
A “Visão de São Jerônimo”, realizada depois de sua chegada a Roma e depois de conhecer as obras de Rafael e Michelangelo, é uma obra que resume todas essas experiências. A dimensão de seus personagens e sua expansividade forma são inspiradas no segundo, mas a energia própria do mestre é reduzida e substituída pela elegância. Há grandiosidade nas aparências e dignidade na representação do tema, ainda que pareça haver se evaporado todo o sentimento especificamente cristão. Esta representação ilustra a atitude das crenças da Roma sob Clemente VII, virtualmente indiferente aos valores tradicionais da devoção cristã, para quem os símbolos religiosos e o dogma só possuíam uma dimensão estética.
Nas obras posteriores à sua estadia romana manterá o ar elegante e em certos momentos majestoso, tendo cada vez mais uma beleza abstrata e uma graça artificial.
“Visão de São Jerônimo”, 1527
"Madona com longo pescoço", 1535-40
“Cupido”
“Madonna della Rosa”
“Cristóvão Colombo”, (1451-1506)
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