I – DADOS CRONOLÓGICOS:
II – CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL:
No século XII tem início uma economia fundamentada no comércio, fazendo que a vida social se desloque do campo para as cidades, aparecendo à burguesia urbana.
Durante a Idade Média, a vida social estava no campo e eram os mosteiros os locais de criação artística e intelectual.
No século XII, porém, o comércio começa a se desenvolver e as cidades ganham vida nova. Organiza-se uma classe social formada pelos comerciantes: a burguesia. A cidade torna-se o lugar onde os acontecimentos são discutidos e os novos conhecimentos ganham força.
No começo do século XII, a arte românica ainda era predominante, mas algumas transformações na arte de projetar e construir grandes edifícios já vigorava na época: a arte gótica.
No Século XVI, a Arte Gótica, também conhecida como “Goffo” (medonho), pela diversidade de estilos e pela sua aparência tão bárbara que poderia ter sido criada pelos godos, povo que invadiu o Império Romano e destruiu muitas obras da antiga civilização romana.
Mais tarde, o nome gótico perdeu seu caráter depreciativo e ficou relacionado à arquitetura dos arcos ogivais (arco quebrado ou agudo).
A época da arte gótica mostra-nos, sem dúvida, a fase culminante do pensamento medieval na Europa, ligado à filosofia cristã da Igreja Católica e aos místicos pensadores.
III – CARACTERÍSTICAS:
Uma das principais diferenças entre a arte românica e a gótica é a fachada. A arte românica, que vigorou antes foi uma fortificação, onde o muro desempenhou importante função estrutural, cede lugar a uma arquitetura de estrutura diáfana, baseada sobre colunas.
A igreja românica apresenta um único portal, a gótica possui vários portais que dão acesso às naves do interior da igreja.
- A procura do infinito, do universal, acompanhada por grandes progressos técnicos, renova a estrutura das igrejas.
- Presença da rosácea, uma grande janela redonda no portal central.
- Substituição da abóbada de arestas da arquitetura românica pela abóbada de nervuras, deixando visíveis os arcos que formam sua estrutura.
- O que permitiu a construção desse novo tipo de abóbada foi o arco ogival, diferente do arco pleno do estilo românico. A opção desses arcos ogivais permitiu a construção de igrejas mais altas (tentativa de prender o nosso olhar no sacrário, mas acaba se perdendo mostrando a nossa insignificância).
- Além disso, o desejo da ogiva, que se alonga e aponta para o alto, acentua a impressão de altura e verticalidade, deixando-nos a impressão de um céu gigantesco.
- Utilização de pilares ou suportes de apoio dispostos em espaços bem regulares (caráter humano da arquitetura, em virtude da mudança dos saberes, como, a geometria e a filosofia, apresentando uma arte racionalista).
- Rompimento com o horizontalismo e consequentemente para o verticalismo. Os arquitetos se baseiam no princípio dinâmico de distribuição e equilíbrio de forças.
- A abóbada de arcos cruzados que objetivava dar maior segurança e robustez à abóbada. Na linha de intersecção desses planos, isto é, nas arestas, passam os arcos ogivais, que se cruzam diagonalmente, no centro ou chave da abóbada. As consequências desse novo método foram: a abóbada, agora dividida, não precisou mais ser aquela espessa e inteiriça carapaça românica, e as forças de repulsão lateral, pela leveza do material empregado, passaram a ser sensivelmente menores.
- A consequência estética pela opção por esse ponto de apoio da construção foi à substituição das sólidas paredes com janelas estreitas, do estilo românico, pela combinação de pequenas áreas de paredes com grandes áreas preenchidas por vidros coloridos e trabalhados.
- Poucas paredes e enfeites estruturais efetuados no local, levando muito tempo para serem construídos, às vezes chegando há 200 anos.
- Com a demora da construção, os projetos eram reestruturados e modificados e terminavam sem um estilo próprio predominante.
- Vitrais: a luz multicolorida. Os vitrais estão para as catedrais góticas assim como os mosaicos estão para as basílicas bizantinas. Só que, enquanto os mosaicos criam um ambiente austero e solene, os vitrais, deixando passar a luz do sol pelos pequenos pedaços de vidro de cores diversas, criam um ambiente sereno e multicolorido.
- A cor com a luz vazada pelas janelas dá-nos um efeito de renda e sugere uma sensação de fragilidade. Seus azuis intensos e vermelhos brilhantes projetam uma luz violeta sobre as pedras da construção, quebrando a sua aparência de dureza; porém, o seu ambiente frio e espaçoso, não nos deixam à vontade.
IV - ARQUITETURA:
Catedral Notre-Dame de Paris
Com o gótico, a arquitetura ocidental atingiu um dos pontos culminantes da arquitetura pura. As abóbadas cada vez mais elevadas e maiores, não apoiavam-se em muros e paredes compactas e sim sobre pilastras ou feixes de colunas. Uma série de suportes que eram constituídos por arcobotantes e contrafortes possuíam a função de equilibrar de modo externo o peso excessivo das abóbadas. Desta forma, imensas paredes espessas foram excluídas dos edifícios de género gótico e foram substituídas por vitrais e rosáceas que iluminavam o ambiente interno.
Muitas catedrais góticas caracterizam-se pelo verticalismo e majestade, denominando-se durante a Idade Média, como supremacia e influência para a população.
Até a atualidade, a arquitetura gótica ficou conhecido por ser encontrada com mais frequência nas grandes catedrais e em outros estabelecimentos eclesiásticos construídos ainda no início do período medieval, período em que exerciam grande influência em toda Europa.
Durante o período gótico – século XII à século XV – o poder religioso buscava converter sua "importância" para as estruturas de igrejas, catedrais e abadias através da grandiosidade dimensional presente na arquitetura gótica.
Como a arquitetura gótica foi uma evolução da arquitetura românica, foram desenvolvidos alguns elementos que ajudaram nas construções góticas, como o arco de ogiva e a abóbada de cruzaria, que tornaram-se as principais características do estilo arquitetônico. Geralmente, a fachada das estruturas góticas busca seguir a verticalidade e a leveza e no interior, busca um ambiente iluminado.
Planta arquitetônica:
A planta de uma catedral com arquitetura gótica é pouco diferente de uma catedral encontrada antes do surgimento do estilo gótico. Geralmente, as catedrais possuem a aparência semelhante a uma cruz latina (crucifixo), onde situa-se a nave, os transeptos e o coro; na parte inferior da "cruz" fica localizada a nave central circundada por naves laterais; na faixa horizontal haviam os transeptos e o cruzeiro; na base da nave tinha-se uma fachada principal. Existem também torres, porém localizadas em partes variadas.
Arcos de ogiva:
Os arcos de meia circunferência que haviam sido usados em igrejas e catedrais de arquitetura românica faziam com que todo o peso da construção fosse descarregado sobre as paredes, obrigando um apoio lateral resistente como pilares maciços, paredes mais espessas, poucas aberturas para fora tornando, consequentemente, o interior das estruturas eclesiásticas mais escuras e cada vez menos agradável.
Este arco foi substituído pelos arcos ogivais (também chamados de arcos cruzados). Isso dividiu o peso da abóbada central, consequentemente, descarregando-a sobre vários pontos, ao invés de um e também, podendo usar material mais leve para a abóbada ou mesmo para as bases de sustentação. No lugar dos sólidos pilares, foram usados colunas ligeiramente afinadas que passaram a receber o peso da abóbada. Deste modo, as paredes foram perdendo a importância como base de sustentação, passando a serem feitas com materiais frágeis como o vidro. Passaram a ser usados então, belos vitrais coloridos, dando origem a tão necessitada luminosidade no interior de igrejas e catedrais.
Abóbadas em cruzaria:
Como o estilo arquitetônico gótico seguia as doutrinas religiosas da época, era necessário que as catedrais fossem exuberantemente altas, grande luminosidade e uma plena continuidade entre o início de seus pilares e o cume de suas abóbadas.
Iluminação:
Considerada uma arquitetura “de paredes transparentes, luminosas e coloridas”, a arquitetura gótica considera o vitral um importante elemento, pois cria uma atmosfera mística que deveria sugerir, na visão do povo medieval, as visões do Paraíso, a sensação de purificação. Os raios solares são filtrados pelos vitrais e rosáceas, criando no interior da estrutura gótica, um ambiente iluminado e colorido e também, transmitindo aos fiéis religiosos uma sensação de êxtase. Os vitrais apresentavam simples formas geométricas ou mesmo imagens de santos ou passagens bíblicas. Para obter-se um vitral na época, era necessário que um artesão realizasse um processo de coloração da peça de vidro. Durante este processo, o vidro cru era misturado a outros componentes químicos que determinavam a respectiva tonalidade, durante a fase de derretimento. Este processo mantinha o vidro com um tom de cor sem que bloqueasse os raios solares. Após este procedimento o vidro era aquecido e moldado. Assim como os vitrais, as rosáceas visam estabelecer um ambiente iluminado no interior das estruturas góticas, porém possuem algumas características diferentes. Estão localizadas, geralmente, em um local alto nos estabelecimentos eclesiásticos, geralmente em regiões próximas ao portal das fachada principal a Oeste ou mesmo no transepto, em pelo menos um de seus extremos. Assim como a arquitetura gótica no geral possui uma relação com a religiosidade, as rosáceas fazem alusão à personagens cristãos como Jesus Cristo (que é representado pelo sol) e Maria (representada pela rosa).
Suportes exteriores:
Os arcobotantes estão localizados na parte exterior das estruturas eclesiásticas.
O arcobotante possui uma caixilharia diagonal de pedra, escorado ao lado pelo contraforte posicionado próximo à parede e por outro lado pela clarabóia da nave. Deste modo, o arcobotante dirige o peso lateral das abóbadas e associado aos contrafortes possui uma força enorme. Graças à estes dois suportes, foi possível construir catedrais, basílicas, igrejas e capelas exuberantemente altas, com muitos vitrais e rosáceas.
Verticalismo e majestade:
Outra característica importante das estruturas eclesiásticas góticas é o verticalismo, ou seja, sua elevada altitude. No interior e exterior das construções góticas, os elementos arquitetônicos apontam para o céu. Este verticalismo da arquitetura gótica tenta exibir-se cada vez mais próxima de Deus e destacar sua magnificência dentro de sua respectiva cidade como uma clara referência religiosa. Em uma visão geral, as catedrais sofreram rivalidade entre vários centros urbanos que possuem edifícios com proporções superiores.
Gárgulas e esculturas santas:
Embora sua temática seja diferenciada da arquitetura, as esculturas góticas e as gárgulas estão muito presente nas catedrais e outros estabelecimentos eclesiásticos. Como elemento arquitetônico, as gárgulas possuem a função de escoar as águas pluviais da cobertura e telhado dos edifícios góticos, impossibilitando-a de escorrer pelas paredes exteriores, degradando o local. Existem também opiniões diferentes sobre o elemento. Uma delas é que as gárgulas não servem para esta função de escoar a água e sim apenas para decorar o ambiente. A opinião mais controversa é de que as gárgulas sirvam para proteger os templos e durante o período da noite criam vida. Este obscuro boato colaborou para que as pessoas passassem a acreditar que as gárgulas serviam também para afastar os maus espíritos, imagem que se consagrou e é recitada pelos guias de turismo em toda a Europa.
Esculturas de um dos portais da Catedral de Notre-Dame de Paris
Além das gárgulas e esculturas grotescas, existem esculturas religiosas presentes na arquitetura gótica. Através destas, eram expressadas a fé e religiosidade que o povo europeu sentia. Os caracteres esculturais seguem o fundamento gótico do verticalismo e são, majoritariamente, encontrados em portais e colunas. As esculturas, muitas vezes, representam personagens bíblicos como a Virgem Maria e alguns santos.
Um comentário:
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