sábado, 15 de janeiro de 2011

GIOVANNI GUALTERI – Cimabue

“Pintor do movimento, mas não da profundidade do espaço”

Foi o pintor mais importante do século XIII. O seu trabalho ainda é influenciado pelos mosaicos e ícones bizantinos (“imagem” que representam figuras sagradas), mas já existe uma nítida preocupação com o realismo das figuras humanas.
Procurou dar algum movimento às figuras dos anjos e santos através da postura dos corpos e do drapeado das roupas, mas ainda não consegue realizar plenamente a ilusão da profundidade do espaço.

Maestà


Crucifixo de Santo Domenico
 
Quando Cimabue representa a agonia de Cristo na cruz transforma Jesus quase em uma chama, tal como a chama em que as catedrais góticas podem parecer. Do seu corpo, a carne é subtraída. Ele é visto como um homem que lentamente deixa de ser matéria e se transforma em espírito divino, melhor, o espírito da criação.

A forma sinuosa do abdome tenta criar um espaço tridimensional, convincente, mas também O transforma em uma curva, uma figura plana, espiritual. Tal leveza representa o momento em que Deus filho abandona a carne e retorna ao reino da salvação. Sabem disso São João e Nossa Senhora, por isso lamentam de longe, como se aquele corpo não estivesse diante deles.
Segundo a tradição artística, desde a Idade Média, o ÍCONE é a apresentação da imagem sagrada, a demonstração que aquela imagem é sagrada. No caso de Cimabue, essa forma de sacralizar a figura de Cristo passa pelo retrato do sofrimento Dele e pela promessa de salvação ensinada por ele depois que morre e se torna espírito.

Madona Entronizada (1290-1300 )
 

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