terça-feira, 29 de outubro de 2024

OS RATOS, DYONÉLIO MACHADO - PRINCIPAIS PERSONAGENS

 


PERSONAGENS:

   As personagens criadas por Dyonélio Machado são esféricas, densas. Não há preocupação com aspectos exteriores, aflorando o lado íntimo ou psicológico.

Naziazeno Barbosa – Retrato fiel do modesto funcionário público pobre, que se desdobra em sacrifícios para manter um padrão de vida com o mínimo de dignidade para a família. É um homem comum rebaixado à condição de miserável, exposto à humilhação e ao anonimato que caracterizam o viver das aglomerações urbanas. Trata-se de um herói impotente diante de uma situação aparentemente simples: a fragilidade pela condição de penúria material, atormentado pela necessidade de saldar uma dívida com o leiteiro.

   Indivíduo de hábitos eminentemente urbanos, prevenido e observador; todavia fraco e indeciso, julgando constantemente ser inferir às outras pessoas, demonstrando incapacidade de ir além. Vive de imaginar que as coisas podem acontecer, sem, no entanto, tomar qualquer iniciativa.

   Naziazeno retrata a espécie de personagem carregada de densidade psicológica doentia, são os neuróticos urbanos, suas obsessões e ideias fixas.

Adelaide - Dona de casa, esposa de Naziazeno. Convive, diariamente, com as dificuldades de um orçamento familiar minguado, insuficiente para o sustento digno da família.


Mainho - Filho de Naziazeno e Adelaide, de quatro anos de idade, que sonha ter um automóvel de brinquedo.


Dr. Romeiro - Engenheiro e diretor da repartição pública onde Naziazeno trabalha. Há suspeitas de corrupção sobre ele. Certa vez, emprestou dinheiro a Naziazeno.


Cipriano – O insolente motorista do diretor.

Horácio, Clementino e Jacinto: Serventes. Funcionários da repartição.

Seu Júlio – Porteiro das obras. “Velho ranzinza e antipático”.

Otávio Conti – Advogado “com a carteira sempre cheia dos mil réis”.

Dr. Anacleto Mondina - Falso advogado; bom papo, simpático e gentil, bajulado por conta do dinheiro de que dispõe. Foi quem desembolsou o dinheiro para o grupo (Naziazeno, Alcides e Duque), permitindo ao herói voltar para casa com a quantia devida ao leiteiro.

Rocco - Agiota para quem Alcides já deve uma grana. Nega-se a fazer novo empréstimo.

Fernandes - Agiota que se nega a emprestar dinheiro (cem mil réis) a Duque.

Assunção
- Agiota da Rua Nova. Nega-se a emprestar dinheiro.

Alcides Kônrad - Amigo de Naziazeno. “Homem de bicos”, sempre andando pelas ruas, esquinas, sentado no banco das praças, parado nos cafés. Solteiro, vive com a velha mãe. Envolveu-se numa corretagem de automóvel com o Andrade e o Mr. Rees. Tem dívidas com o agiota Assunção e vive tentando fugir dos credores. Quando pressionado “desvia o olhar e fica sonolento, desligado do mundo”. É solidário com Naziazeno na pobreza e nas dificuldades, fazendo tudo para ajudá-lo.

Duque - Amigo de Naziazeno e de Alcides. Sujeito inteligente, “grande lábia”, está sempre dando um jeito de sair das dificuldades. Assim como Alcides, tem seus pontos na praça, em frente ao Banco Nacional, nos cafés, no mercado, no Restaurante dos Operários, etc. Jogador de talento, sorte e sapiência. Munido sempre de grandes idéias e iniciativa. Amigo de “negócios” de Anacleto Mondina e do Dr. Otávio Conti. Ganha alguns trocados com uma ou outra corretagem. Inspira confiança porque tem sempre uma solução para os problemas que envolvem dinheiro.

Fraga - Vizinho de Naziazeno. Parece ter uma vida bem arrumada e de “cumprimentos alegres” não precisando passar pelos vexames financeiros por que passa o protagonista.
Amanuense da Prefeitura – Vizinho dos fundos de Naziazeno. Tem mulher e filhos e anda sempre barbado. Tem “fama de não pagar ninguém”.

Rapaz silencioso – Mora numa casa contígua à de Naziazeno. Empregado de escritório da importadora. “Faz cara de quem não vê e não compreende nada”.


Costa Miranda – Cidadão baixote, cheio de pudores. Foi avalista de um empréstimo para o Alcides, que por sua vez não pagou. Amigo de Naziazeno; emprestou-lhe, na rua, cinco mil réis para o almoço.

Martinez - Dono da loja de penhores onde o anel de Alcides estava guardado. Mostrou boa vontade e foi, à noite, abrir a loja para devolver à jóia.

Mr. Rees: Gerente do New York Bank, que estava em viagem para o Rio de Janeiro.

Andrade – Corretor de valores, “lembra o Gonzaga, antigo dono de uma engraxataria, dinâmico, repleto de expediente”. Tem negócios com o Alcides.

Dupasquier - Dono de uma joalheria. Examina o anel de Alcides e oferece trezentos e cinquenta mil réis. Quando descobre que a proposta é de penhor, desiste do negócio.


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