“Os Vencidos da Vida”, quando juntos, o que pretendem é jantar, depois de jantar o que intentam é digerir, e, digestão finda, se alguma coisa ao longe miram, tanto pode ser um ideal como um water-closet. Não há aqui portanto razões para sobressaltos. Que “Os Vencidos da Vida” jantem em paz...”
Fialho de Almeida.
O nome do grupo teve origem numa obra da biblioteca de Ramalho "La vie à Paris", de Jules Clareti, onde, a propósito dos jantares de intelectuais franceses, se falava em " battus de la vie".
Na Lisboa oitocentista, mais precisamente entre 1887 e 1889, um grupo de onze amigos desiludidos com a política dominante, e com a tentativa da sua reabilitação através do movimento surgido no Porto em 1885 com o nome de “Vida Nova”, passou a reunir-se semanalmente em jantares, no Restaurante Tavares, no Hotel Braganza ou na residência de um dos participantes que eram:
ABÍLIO MANUEL DE GUERRA JUNQUEIRO: formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, seguindo depois a carreira administrativa, sendo deputado entre 1878 e 1891. Após a implantação da República, a cujo ideário há muito aderira, foi ministro de Portugal, na Suíça. Sendo um dos mais famosos e populares poetas do seu tempo, deixou obra que ainda hoje tem leitores fiéis, quer dos seus versos mais panfletários, quer dos mais líricos carregados de um humanismo panteísta.
ANTÔNIO CÂNDIDO RIBEIRO DA COSTA: sacerdote, formou-se em Teologia e Direito em Coimbra, onde depois foi professor. Chamado à capital, foi ministro, conselheiro de Estado, presidente da Câmara dos Pares e procurador geral da Coroa. Foi o maior orador do seu tempo, conhecido como “Àguia do Marão”, por ser natural de Amarante.
ANTÓNIO MARIA JOSÉ DE MELO SILVA CÉSAR E MENESES: também formado em Direito por Coimbra, seguiu a carreira diplomática, chegando a ministro plenipotenciário. Dedicou-se também à literatura, nomeadamente ao romance histórico e à descrição artística de monumentos. Foi 5º conde de Sabugosa desde 1879, representante do título de marquês do mesmo nome, além de conde de S. Lourenço.
BERNARDO PINHEIRO CORREIA DE MELO: filho do visconde de Pindela (Vila Nova de Famalicão), foi oficial de engenharia, tendo atingido o posto de general. Mas ficou mais conhecido como autor de peças de teatro de sucesso na época. Foi secretário de D. Carlos, que em 1895 o faz conde de Arnoso. Foi também grande amigo de Eça de Queirós.
CARLOS LIMA MAYER: frequentou a Universidade de Coimbra, depois a Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, acabando o seu curso de Medicina na Bélgica e em Paris. Trocou depois a clínica pela gestão de empresas financeiras em Moçambique, Angola, Açores e Algarve. Suicidou-se em 1910.
CARLOS LOBO D’ÁVILA: formou-se em Direito em Coimbra, tendo-se depois dedicado ao jornalismo e à atividade política. Foi ministro das Obras Públicas e dos Negócios Estrangeiros. Em 1894 fundou a Câmara de Comércio e Indústria de Lisboa, morrendo no ano seguinte apenas com trinta e cinco anos.
FRANCISCO MANUEL DE MELO BREYNER: frequentou a Escola Politécnica de Lisboa, onde depois foi professor de Botânica, área em que se notabilizou com a publicação de diversos estudos sobre a flora portuguesa e ultramarina. Dirigiu a Instituto Agrícola e o Jardim Botânico de Lisboa. Foi feito conde de Ficalho.
JOAQUIM PEDRO DE OLIVEIRA MARTINS: foi administrador das minas de Almadén (Córdova, Espanha) e, a partir de 1874, diretor da construção da linha de caminho de ferro Porto-Póvoa de Varzim e depois diretor da sua exploração até 1888. No ano seguinte assumiu a direção da Administração Geral dos Tabacos, em Lisboa, tendo entretanto, recusado ser ministro da Fazenda, o que mais tarde, em 1892, vem a aceitar a pedido de D. Carlos, demitindo-se porém quatro meses depois por não ter apoio assegurado para a sua tentativa de equilibrar as contas do Estado. Em 1894 morre de tuberculose, aos quarenta e nove anos de idade. Deixou inúmeras obras publicadas no âmbito da Sociologia, da Economia e da Literatura historicista, as quais, ainda hoje, são lidas e reeditadas.
JOSÉ DUARTE RAMALHO ORTIGÃO: formou-se também em Direito na Universidade de Coimbra, tendo sido depois professor de francês no Colégio da Lapa, no Porto, dirigido por seu pai, onde conhece Eça de Queirós que aí foi seu aluno. Em 1870 está em Lisboa como oficial da secretaria da Academia das Ciências, tendo sido um dos mentores do Centenário de Camões, em 1880. Foi jornalista e escritor e um dos primeiros críticos de Arte em Portugal. Para além das obras que escreveu com Eça de Queirós (“O Mistério da Estrada de Sintra”, 1870; “As Farpas”, 1871, que prosseguiu sozinho de 1872 a 1887), publicou notáveis livros de viagens que ainda hoje se podem ler com agrado.
JOSÉ MARIA EÇA DE QUEIRÓS: formou-se igualmente em Direito em Coimbra, tendo iniciado a sua vida profissional em 1867, como jornalista de “O Distrito”, de Évora. Em 1869 parte para o Egito e Palestina com o 5º conde de Resende, assistindo à inauguração do Canal de Suez. Em 1870 foi administrador do Concelho de Leiria, seguindo depois a carreira consular, que o levaria a Havana, onde protege os chineses contratados para trabalharem nas plantações da cana de açúcar, tendo em seguida visitado os Estados Unidos da América e o Canadá. Depois parte para Newcastle, Bristol e Paris, além de outras cidades. Além de jornalista, escreveu crônicas, contos, e sobretudo, notáveis romances em que o pitoresco e os localismos rapidamente se transformam em caricaturas universais, permanecendo os seus traços vivos até aos dias de hoje, em que continua a ser lido e apreciado em inúmeras traduções por todo o mundo.
Deste grupo dos “Vencidos da Vida” não fez parte Antero de Quental, que todos os que frequentaram a Universidade de Coimbra entre 1858 e 1864 conheciam pessoalmente e, por esse motivo, com ele se relacionaram várias das personalidades atrás referidas, tendo-se até batido em duelo com Ramalho Ortigão em 1865 por causa da “Questão Coimbrã”, reconciliando-se ambos mais tarde. Em 1873 regressa aos Açores, onde adoece de psicose maníaco-depressiva. Tendo voltado ao continente em 1881, pelo menos em 1884, convive na Granja (Vila Nova de Gaia) e no Porto, em 1884, com Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins e Eça de Queirós.
Em 1890 dirige a Liga Patriótica do Norte e, perante o seu fracasso, regressa a Ponta Delgada, onde se suicida.
Também não fizeram parte do grupo Jaime Batalha Reis, Manuel de Arriaga, Teófilo Braga, José Fontana, Salomão Saragga, Adolfo Coelho, Augusto Soromenho, Germano Meireles e Guilherme de Azevedo, os quais, além de Antero, Eça e Oliveira Martins, participaram nas “Conferências do Casino”. Ou ainda: Andrade Corvo, António Enes, Alberto Sampaio, Fialho de Almeida e outros nomes incontornáveis na História da Cultura em Portugal, conhecidos como “Geração de 70”.
O grupo teve ainda um “confrade suplente” com quem os “efetivos” se encontravam no Paço de Belém: o príncipe D. Carlos, o qual era já então um esclarecido praticante de pintura e de estudos oceanográficos, que sobre ao trono, por morte do seu pai D. Luís, precisamente em 1889, o ano em que acabam os jantares do grupo todo; a partir daí muitos destes homens são chamados a por em prática as suas convicções e qualidades pessoais e os jantares tornam-se mais esporádicos e apenas entre alguns deles, até que acabaram de vez em 1893.
Para o Grupo dos Onze estar completo falta-nos apenas um confrade, de seu nome Luís Maria Pinto de Soveral, futuro marquês de Soveral.
O nome do grupo teve origem numa obra da biblioteca de Ramalho "La vie à Paris", de Jules Clareti, onde, a propósito dos jantares de intelectuais franceses, se falava em " battus de la vie".
Na Lisboa oitocentista, mais precisamente entre 1887 e 1889, um grupo de onze amigos desiludidos com a política dominante, e com a tentativa da sua reabilitação através do movimento surgido no Porto em 1885 com o nome de “Vida Nova”, passou a reunir-se semanalmente em jantares, no Restaurante Tavares, no Hotel Braganza ou na residência de um dos participantes que eram:
ABÍLIO MANUEL DE GUERRA JUNQUEIRO: formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, seguindo depois a carreira administrativa, sendo deputado entre 1878 e 1891. Após a implantação da República, a cujo ideário há muito aderira, foi ministro de Portugal, na Suíça. Sendo um dos mais famosos e populares poetas do seu tempo, deixou obra que ainda hoje tem leitores fiéis, quer dos seus versos mais panfletários, quer dos mais líricos carregados de um humanismo panteísta.
ANTÔNIO CÂNDIDO RIBEIRO DA COSTA: sacerdote, formou-se em Teologia e Direito em Coimbra, onde depois foi professor. Chamado à capital, foi ministro, conselheiro de Estado, presidente da Câmara dos Pares e procurador geral da Coroa. Foi o maior orador do seu tempo, conhecido como “Àguia do Marão”, por ser natural de Amarante.
ANTÓNIO MARIA JOSÉ DE MELO SILVA CÉSAR E MENESES: também formado em Direito por Coimbra, seguiu a carreira diplomática, chegando a ministro plenipotenciário. Dedicou-se também à literatura, nomeadamente ao romance histórico e à descrição artística de monumentos. Foi 5º conde de Sabugosa desde 1879, representante do título de marquês do mesmo nome, além de conde de S. Lourenço.
BERNARDO PINHEIRO CORREIA DE MELO: filho do visconde de Pindela (Vila Nova de Famalicão), foi oficial de engenharia, tendo atingido o posto de general. Mas ficou mais conhecido como autor de peças de teatro de sucesso na época. Foi secretário de D. Carlos, que em 1895 o faz conde de Arnoso. Foi também grande amigo de Eça de Queirós.
CARLOS LIMA MAYER: frequentou a Universidade de Coimbra, depois a Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, acabando o seu curso de Medicina na Bélgica e em Paris. Trocou depois a clínica pela gestão de empresas financeiras em Moçambique, Angola, Açores e Algarve. Suicidou-se em 1910.
CARLOS LOBO D’ÁVILA: formou-se em Direito em Coimbra, tendo-se depois dedicado ao jornalismo e à atividade política. Foi ministro das Obras Públicas e dos Negócios Estrangeiros. Em 1894 fundou a Câmara de Comércio e Indústria de Lisboa, morrendo no ano seguinte apenas com trinta e cinco anos.
FRANCISCO MANUEL DE MELO BREYNER: frequentou a Escola Politécnica de Lisboa, onde depois foi professor de Botânica, área em que se notabilizou com a publicação de diversos estudos sobre a flora portuguesa e ultramarina. Dirigiu a Instituto Agrícola e o Jardim Botânico de Lisboa. Foi feito conde de Ficalho.
JOAQUIM PEDRO DE OLIVEIRA MARTINS: foi administrador das minas de Almadén (Córdova, Espanha) e, a partir de 1874, diretor da construção da linha de caminho de ferro Porto-Póvoa de Varzim e depois diretor da sua exploração até 1888. No ano seguinte assumiu a direção da Administração Geral dos Tabacos, em Lisboa, tendo entretanto, recusado ser ministro da Fazenda, o que mais tarde, em 1892, vem a aceitar a pedido de D. Carlos, demitindo-se porém quatro meses depois por não ter apoio assegurado para a sua tentativa de equilibrar as contas do Estado. Em 1894 morre de tuberculose, aos quarenta e nove anos de idade. Deixou inúmeras obras publicadas no âmbito da Sociologia, da Economia e da Literatura historicista, as quais, ainda hoje, são lidas e reeditadas.
JOSÉ DUARTE RAMALHO ORTIGÃO: formou-se também em Direito na Universidade de Coimbra, tendo sido depois professor de francês no Colégio da Lapa, no Porto, dirigido por seu pai, onde conhece Eça de Queirós que aí foi seu aluno. Em 1870 está em Lisboa como oficial da secretaria da Academia das Ciências, tendo sido um dos mentores do Centenário de Camões, em 1880. Foi jornalista e escritor e um dos primeiros críticos de Arte em Portugal. Para além das obras que escreveu com Eça de Queirós (“O Mistério da Estrada de Sintra”, 1870; “As Farpas”, 1871, que prosseguiu sozinho de 1872 a 1887), publicou notáveis livros de viagens que ainda hoje se podem ler com agrado.
JOSÉ MARIA EÇA DE QUEIRÓS: formou-se igualmente em Direito em Coimbra, tendo iniciado a sua vida profissional em 1867, como jornalista de “O Distrito”, de Évora. Em 1869 parte para o Egito e Palestina com o 5º conde de Resende, assistindo à inauguração do Canal de Suez. Em 1870 foi administrador do Concelho de Leiria, seguindo depois a carreira consular, que o levaria a Havana, onde protege os chineses contratados para trabalharem nas plantações da cana de açúcar, tendo em seguida visitado os Estados Unidos da América e o Canadá. Depois parte para Newcastle, Bristol e Paris, além de outras cidades. Além de jornalista, escreveu crônicas, contos, e sobretudo, notáveis romances em que o pitoresco e os localismos rapidamente se transformam em caricaturas universais, permanecendo os seus traços vivos até aos dias de hoje, em que continua a ser lido e apreciado em inúmeras traduções por todo o mundo.
Deste grupo dos “Vencidos da Vida” não fez parte Antero de Quental, que todos os que frequentaram a Universidade de Coimbra entre 1858 e 1864 conheciam pessoalmente e, por esse motivo, com ele se relacionaram várias das personalidades atrás referidas, tendo-se até batido em duelo com Ramalho Ortigão em 1865 por causa da “Questão Coimbrã”, reconciliando-se ambos mais tarde. Em 1873 regressa aos Açores, onde adoece de psicose maníaco-depressiva. Tendo voltado ao continente em 1881, pelo menos em 1884, convive na Granja (Vila Nova de Gaia) e no Porto, em 1884, com Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins e Eça de Queirós.
Em 1890 dirige a Liga Patriótica do Norte e, perante o seu fracasso, regressa a Ponta Delgada, onde se suicida.
Também não fizeram parte do grupo Jaime Batalha Reis, Manuel de Arriaga, Teófilo Braga, José Fontana, Salomão Saragga, Adolfo Coelho, Augusto Soromenho, Germano Meireles e Guilherme de Azevedo, os quais, além de Antero, Eça e Oliveira Martins, participaram nas “Conferências do Casino”. Ou ainda: Andrade Corvo, António Enes, Alberto Sampaio, Fialho de Almeida e outros nomes incontornáveis na História da Cultura em Portugal, conhecidos como “Geração de 70”.
O grupo teve ainda um “confrade suplente” com quem os “efetivos” se encontravam no Paço de Belém: o príncipe D. Carlos, o qual era já então um esclarecido praticante de pintura e de estudos oceanográficos, que sobre ao trono, por morte do seu pai D. Luís, precisamente em 1889, o ano em que acabam os jantares do grupo todo; a partir daí muitos destes homens são chamados a por em prática as suas convicções e qualidades pessoais e os jantares tornam-se mais esporádicos e apenas entre alguns deles, até que acabaram de vez em 1893.
Para o Grupo dos Onze estar completo falta-nos apenas um confrade, de seu nome Luís Maria Pinto de Soveral, futuro marquês de Soveral.
Eça de Queirós, em resposta a Pinheiro Chagas, que satirizou o grupo, escreveu:
“(...) Onze sujeitos que há mais de um ano formam um grupo, sem nunca terem partido a cara uns aos outros; sem se dividirem em pequenos grupos de direita e de esquerda; sem terem durante todo este tempo nomeado entre si um presidente e um secretário perpétuo; (...); estes homens constituem uma tal maravilha social que certamente para o futuro, na ordem das coisas morais, se falará dos Onze de Braganza, como na ordem das coisas heróicas se fala dos Doze de Inglaterra. Dissemos.”
Os principais motivos para essas reuniões jantantes, que chegaram a intrigar, e mesmo a preocupar, diversos setores da sociedade da época, eram, além da admiração e estima que tinham uns pelos outros, o patriótico desejo de colocar Portugal entre os países avançados da Europa de então. E para tal contavam por toda a sua inteligência e vontade ao serviço do príncipe D. Carlos, que em breve seria rei, com isso renascendo a esperança num país renovado e com uma política nova, onde a meritocracia fosse uma das bases. “Vencidos da Vida”, como a si próprios se denominaram, era assim um nome irônico que, se por um lado os identifica com a desilusão generalizada que grassava no país, por outro não os fazia desistir de vencerem para além do desengano. Surge, assim, a idealização vaga de uma aristocracia iluminada, contraponto do socialismo utópico.
“(...) Onze sujeitos que há mais de um ano formam um grupo, sem nunca terem partido a cara uns aos outros; sem se dividirem em pequenos grupos de direita e de esquerda; sem terem durante todo este tempo nomeado entre si um presidente e um secretário perpétuo; (...); estes homens constituem uma tal maravilha social que certamente para o futuro, na ordem das coisas morais, se falará dos Onze de Braganza, como na ordem das coisas heróicas se fala dos Doze de Inglaterra. Dissemos.”
Os principais motivos para essas reuniões jantantes, que chegaram a intrigar, e mesmo a preocupar, diversos setores da sociedade da época, eram, além da admiração e estima que tinham uns pelos outros, o patriótico desejo de colocar Portugal entre os países avançados da Europa de então. E para tal contavam por toda a sua inteligência e vontade ao serviço do príncipe D. Carlos, que em breve seria rei, com isso renascendo a esperança num país renovado e com uma política nova, onde a meritocracia fosse uma das bases. “Vencidos da Vida”, como a si próprios se denominaram, era assim um nome irônico que, se por um lado os identifica com a desilusão generalizada que grassava no país, por outro não os fazia desistir de vencerem para além do desengano. Surge, assim, a idealização vaga de uma aristocracia iluminada, contraponto do socialismo utópico.