A gramática é um conjunto de regras que estabelece um
determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. As
alterações defeituosas que sofrem a língua em sua pronúncia e escrita devidas à
ignorância do povo ou ao descaso de alguns escritores, têm os chamados vícios
de linguagem. São eles:
1. Barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma
palavra em desacordo com a norma culta.
pesquiza (em vez de pesquisa)
prototipo (em vez de protótipo)
prototipo (em vez de protótipo)
2. Solecismo: consiste em desviar-se
da norma culta na construção sintática.
“Fazem dois meses que ele não
aparece.” (em vez de faz; desvio na sintaxe de concordância)
São os erros que atentam contra as normas de concordância, de regência ou de colocação.
São os erros que atentam contra as normas de concordância, de regência ou de colocação.
Exemplos:
Solecimo de regência:
“Ontem assistimos o filme.” (por: Ontem
assistimos ao filme)
“Cheguei no Brasil em 1923.” (por:
Cheguei ao Brasil em 1923)
“Pedro visava o posto de chefe.”
(correto: Pedro visava ao posto de chefe).
Solecismo de concordância:
“Haviam muitas pessoas na festa.”
(correto: Havia muitas pessoas na festa)
“O pessoal já saíram?” (correto: O
pessoal já saiu?)
Solecismo de colocação:
“Foi João quem avisou-me.” (correto:
Foi João quem me avisou).
“Me empresta o lápis.” (Correto:
Empresta-me o lápis).
3. Ambiguidade ou Anfibologia: trata-se de construir a
frase de um modo tal que ela apresente mais de um sentido.
“O guarda deteve o suspeito em sua casa.” (na casa de
quem: do guarda ou do suspeito?)
4. Cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de
palavras.
“Paguei cinco mil reais por cada.”
5. Eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo
mesmo som.
“O menino repetente mente alegremente.”
6. Pleonasmo vicioso: consiste na
repetição desnecessária de uma ideia.
“O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente.”
Observação: Quando o uso do pleonasmo se dá de modo enfático, este não é considerado vicioso.
7. Arcaísmo: Palavras, expressões, construções ou maneira de dizer que deixaram de ser usadas ou passaram a ter emprego diverso.
“O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente.”
Observação: Quando o uso do pleonasmo se dá de modo enfático, este não é considerado vicioso.
7. Arcaísmo: Palavras, expressões, construções ou maneira de dizer que deixaram de ser usadas ou passaram a ter emprego diverso.
Na língua viva contemporânea: asinha
(por depressa), assi (por assim) entonces (por então), vosmecê (por você),
geolho (por joelho), arreio (o qual perdeu a significação antiga de enfeite),
catar (perdeu a significação antiga de olhar), faria-te um favor (não se coloca
mais o pronome pessoal átono depois de forma verbal do futuro do indicativo),
etc.
8. Vulgarismo: É
o uso linguístico popular em contraposição às doutrinas da linguagem culta da
mesma região.
O vulgarismo pode ser fonético, morfológico
e sintático.
Fonético:
A queda dos erres finais: anda, comê, etc. A vocalização do
"L" final nas sílabas.
Ex.: mel = meu , sal = saú etc.
A monotongação dos ditongos.
Ex.: estoura = estóra, roubar = robar.
A intercalação de uma vogal para desfazer um grupo
consonantal.
Ex.: advogado = adevogado, rítmo = rítimo, psicologia =
pissicologia.
Morfológico e sintático:
Temos a simplificação das flexões nominais e verbais. Ex.:
Os aluno, dois quilo, os homê brigou.
Também o emprego dos pronomes pessoais do caso reto em lugar
do oblíquo. Ex.: vi ela, olha eu, ó gente, etc.
9. Estrangeirismo: Todo
e qualquer emprego de palavras, expressões e construções estrangeiras em nosso
idioma recebe denominação de estrangeirismo. Classificam-se em: francesismo,
italianismo, espanholismo, anglicismo (inglês), germanismo (alemão), eslavismo
(russo, polaço, etc.), arabismo, hebraísmo, grecismo, latinismo, tupinismo
(tupi-guarani), americanismo (línguas da América) etc...
O estrangeirismo pode ser morfológico
ou sintático.
Estrangeirismos morfológicos:
Francesismo: abajur, chefe, carnê, matinê etc...
Italianismos: ravioli, pizza, cicerone,
minestra, madona etc...
Espanholismos: camarilha, guitarra,
quadrilha etc...
Anglicanismos: futebol, telex, bofe,
ringue, sanduíche breque.
Germanismos: chope, cerveja, gás, touca
etc...
Eslavismos: gravata, estepe etc...
Arabismos: alface, tarimba, açougue,
bazar etc...
Hebraísmos: amém, sábado etc...
Grecismos: batismo, farmácia, o limpo,
bispo etc...
Latinismos: index, bis, memorandum, quo
vadis etc...
Tupinismos: mirim, pipoca, peteca,
caipira etc...
Americanismos: canoa, chocolate, mate,
mandioca etc...
Orientalismos: chá, xícara, pagode,
kamikaze etc...
Africanismos: macumba, fuxicar,
cochilar, samba etc...
Estrangeirismos Sintáticos:
Exemplos:
Saltar aos olhos (francesismo);
Pedro é mais velho de mim.
(italianismo);
O jogo resultou admirável.
(espanholismo);
Porcentagem (anglicanismo), guerra fria
(anglicanismo) etc...
10. Obscuridade: Vício
de linguagem que consiste em construir a frase de tal modo que o sentido se
torne obscuro, embaraçado, ininteligível. Em um texto, as principais causas da
obscuridade são: o abuso do arcaísmo e o neologismo, o provincianismo, o
estrangeirismo, a elipse, a sínquise (hipérbato vicioso), o parêntese extenso,
o acúmulo de orações intercaladas (ou incidentes) as circunlocuções, a extensão
exagerada da frase, as palavras rebuscadas, as construções intrincadas e a má
pontuação.
Ex.: “Foi evitada uma efusão de sangue
inútil.” (Em vez de efusão inútil de sangue)
11. Neologismo: Palavra,
expressão ou construção recentemente criada ou introduzida na língua.
Costumam-se classificar os neologismos em:
Extrínsecos: que compreendem os
estrangeirismos.
Intrínsecos: (ou vernáculos), que são
formados com os recursos da própria língua. Podem ser de origem culta ou
popular. Os neologismos de origem culta subdividem-se em:
Científicos ou técnicos: aeromoça,
penicilina, telespectador, taxímetro (redução: táxi), fonemática, televisão,
comunista, etc...
Literários ou artísticos: olhicerúleo,
sesquiorelhal, paredro (= pessoa importante, prócer), vesperal, festival,
recital, concretismo, modernismo etc...
OBS.: Os neologismos populares são
constituídos pelos termos de gíria. "Manjar" (entender, saber do
assunto), "a pampa", legal (excelente), Zico, biruta, transa,
psicodélico etc...
12. Preciosismo: Expressão
rebuscada. Usa-se com prejuízo da naturalidade do estilo. É o que o povo chama
de "falar difícil", "estar gastando".
Ex.: "O fulvo e voluptoso Rajá
celeste derramará além os fugitivos esplendores da sua magnificência astral e
rendilhara d’alto e de leve as nuvens da delicadeza, arquitetural, decorativa,
dos estilos manuelinos."
OBS.: O preciosismo também pode ser
chamado de PROLEXIDADE.
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