sábado, 23 de fevereiro de 2013

FUNÇÕES DE LINGUAGEM:


Toda a mensagem tem uma finalidade predominante que pode ser a transmissão de informação, o estabelecimento puro e simples de uma relação comunicativa, a expressão de emoções, e assim por diante. O conjunto dessas finalidades tem sido entendido sob o rótulo geral de funções da linguagem, que apresentamos a seguir:

1 – FUNÇÃO EMOTIVA ou EXPRESSIVA:

Associa-se diretamente ao EMISSOR. Caracteriza-se pela transmissão de emoções, sentimentos, sensações, opiniões, pontos de vista, julgamentos, etc. relacionados ao sujeito-emissor. Há, como característica básica, embora não necessária, o predomínio da primeira pessoa verbal (EU/NÓS), bem como o emprego frequente de interjeições e exclamações. Podem-se citar como bons exemplos as confissões, as cartas de amor apaixonadas, poemas líricos em primeira pessoa, etc.

2 – FUNÇÃO APELATIVA ou CONATIVA:


É a que se liga ao RECEPTOR no processo da comunicação procurando persuadi-lo, seduzi-lo, convencê-lo, enganá-lo, etc. Há certo predomínio de sujeito-receptor (TU/VÓS, VOCÊS, VOSSA SENHORIA...). Bons exemplos são a linguagem publicitária, a linguagem dos vendedores, as “cantadas” e, em muitos casos, a linguagem dos professores em sala de aula. 

3 – FUNÇÃO REFERENCIAL, INFORMATIVA, DENOTATIVA ou COGNITIVA:

Liga-se ao assunto, ao REFERENTE, ao contexto. Sua característica mais fundamental é a transmissão de informações e conhecimentos. Como exemplos essenciais têm-se a linguagem dos jornalistas, os livros didáticos, aulas, palestras, conferências, etc.

4 – FUNÇÃO METALINGUÍSTICA:

Relaciona-se ao próprio CÓDIGO de comunicação lingüística (VERBAL ou NÃO-VERBAL) que estiver sendo utilizado. Caracteriza-se pela referência da linguagem a si mesma ou pela referência de um tipo de linguagem a outro. Alguns exemplos são a crítica literária, metapoemas (poemas que se referem à própria poesia), dicionários em geral, etc.

5 – FUNÇÃO FÁTICA:

Associa-se ao CANAL da comunicação, verificando se está em funcionamento, ligando-o ou desligando-o. Caracterizam-na mensagens que, única e simplesmente, façam uma espécie de “exame” do canal. Alguns exemplos são saudações e cumprimentos diários como BOM DIA! COMO VAI? TUDO BEM? Chavões telefônicos como ALÔ, ESTÁ ME OUVINDO? POSSO FALAR?

6 – FUNÇÃO POÉTICA:

Liga-se à própria MENSAGEM e se caracteriza pela ênfase da mensagem em si mesma de modo a que seja, ela própria, uma espécie de obra de arte, construída por uma linguagem especialmente elaborada. O melhor exemplo são textos artísticos de modo geral.

Elementos da Comunicação
Funções da Linguagem
contexto (referente)
referencial
remetente
emotiva
mensagem
poética
destinatário
conativa
contato (canal)
fática
código
metalinguística





sábado, 16 de fevereiro de 2013

A LINGUAGEM E ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO


“Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim é que a natureza compôs as suas espécies.” (Machado de Assis)

1. Denotação X Conotação:

Estamos imersos em meio a um cotidiano estritamente social, no qual nos interagimos com nossos semelhantes por meio da linguagem. A mesma permite-nos revelarmos nossos sentimentos, expressarmos nossas opiniões, trocarmos informações no intuito de ampliarmos nossa visão de mundo, dentre outros benefícios.
A linguagem humana difere da comunicação animal por envolver um trabalho mental, pois o homem, ao contrário do animal, retém o significado de uma palavra.
A cada mensagem que enviamos ou recebemos, seja esta de natureza verbal ou não verbal, estamos compartilhando com um discurso que se pauta por finalidades distintas, ou seja, entreter, informar, persuadir, emocionar, instruir, aconselhar, entre outros propósitos. Na linguagem humana, assim, uma mesma palavra pode ter seu significado ampliado, remetendo-nos a novos conceitos por meio de associações, dependendo de sua colocação numa determinada frase. Como exemplo, compare os dois casos que seguem:

Ele está com a cara manchada.
“Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio.” (Chico Buarque de Holanda)

Pelos exemplos acima, você percebeu que uma mesma palavra pode apresentar variações em seu significado, ocorrendo, basicamente, duas possibilidades:

· Na primeira, a palavra apresenta seu sentido original, impessoal, independente do contexto, tal como aparece no dicionário; neste caso, prevalece o sentido denotativo ou denotação do signo linguístico.
· Na segunda, a palavra aparece com significado alterado, passível de interpretações diferentes, dependendo do contexto em que é empregada; neste caso, prevalece o sentido conotativo ou conotação do signo linguístico.

A linguagem poética explora o sentido conotativo das palavras, num contínuo trabalho de criar ou alterar o significado, já cristalizado, dessas mesmas palavras. Dessa forma, ao interpretar o sentido conotativo das palavras, o leitor transforma-se em leitor-ativo, em tradutor, em co-autor do texto.

2. Elementos da comunicação:

O objetivo de qualquer ato comunicativo está vinculado à intenção de quem o envia, no caso, o emissor. Dessa forma, de acordo com a natureza do discurso presente na relação emissor X interlocutor, a linguagem assume diferentes funções, todas elas portando-se de características específicas. Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, e se constitui por certo número de elementos.
O primeiro linguista a estabelecer funcionamentos (funções) distintos para a linguagem foi o alemão Karl Bühler, determinando a existência de três funções básicas na comunicação: expressiva, informativa e estética. Mais tarde, o linguista russo Roman Jakobson duplicou estas funções baseando-se nos seis elementos que constituem o processo comunicativo, a saber:


EMISSOR: é aquele que envia a mensagem (pode ser uma única pessoa ou um grupo de pessoas).

RECEPTOR: é aquele a quem a mensagem é endereçada (um indivíduo ou um grupo) também, conhecido como destinatário.

MENSAGEM: é o conteúdo (assunto) das informações que ora são transmitidas.

CANAL: o meio material, suporte físico que transporta a mensagem.

REFERENTE OU CONTEXTO: é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere.

CÓDIGO: sistema de elementos linguísticos e de regras para combiná-los, conhecido tanto pelo emissor como pelo receptor. Quando se considera a comunicação verbal, o código é uma Língua em sua modalidade oral ou escrita.